O câncer de pele é um problema significativo de saúde pública no Brasil, respondendo por um terço de todos os casos diagnosticados no país, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Com uma incidência alarmante de cerca de 185 mil novos casos a cada ano, a necessidade de compreensão, prevenção e tratamento eficaz torna-se ainda mais premente.
O câncer de pele não melanoma, predominantemente composto pelos carcinomas basocelulares (CBC) e espinocelulares (CEC), destaca-se como o tipo mais comum, representando a grande maioria dos casos anuais. Embora apresentem uma letalidade baixa, sua alta incidência demanda atenção especial, especialmente considerando o impacto nas áreas expostas ao sol, como face e orelhas.
O melanoma, por sua vez, embora menos frequente, é notório por sua maior letalidade. Originando-se nos melanócitos, células produtoras de melanina, o melanoma apresenta uma aparência inicial de pinta ou sinal, mas sua capacidade de mudar de cor, forma e tamanho ressalta a importância da detecção precoce. Avanços na compreensão genética possibilitam testes específicos para identificar mutações associadas ao melanoma, permitindo um tratamento mais direcionado.
Os sintomas, muitas vezes, são sutis e podem se assemelhar a lesões benignas. O uso da Regra do ABCDE, que avalia assimetria, borda, cor, dimensão e evolução das lesões, é uma ferramenta valiosa para alertar sobre características suspeitas. No entanto, somente exames clínicos feitos por dermatologistas e, em alguns casos, biópsias, podem confirmar o diagnóstico.
O tratamento do câncer de pele varia de acordo com o tipo e a extensão da doença. Procedimentos cirúrgicos, como cirurgia excisional, curetagem e eletrodissecção, e criocirurgia, são comuns para carcinomas, enquanto o melanoma pode exigir técnicas mais avançadas, como a cirurgia micrográfica de Mohs. Terapias como a fotodinâmica, radioterapia, quimioterapia e imunoterapia são alternativas valiosas, proporcionando uma abordagem abrangente.
O papel crucial da hereditariedade na predisposição ao melanoma destaca a importância da vigilância e exames regulares, especialmente para familiares de pacientes diagnosticados. O cenário atual da medicina oferece esperança, com avanços significativos na compreensão molecular e tratamento personalizado, possibilitando uma sobrevida aumentada e uma melhor qualidade de vida, mesmo em casos avançados de melanoma. Conscientização, prevenção e diagnóstico precoce continuam sendo pilares fundamentais na luta contra o câncer de pele.